Fatos políticos que marcaram a década
Os anos 2010 a 2019 foram marcados por vários acontecimentos no universo da política local e da região. Confira alguns dos fatos mais importantes e que mais causaram repercussão:
Simone é eleita a primeira prefeita da história de Monlevade
A prefeita Simone Carvalho (PSDB) chegou à Prefeitura de João Monlevade em 1º de janeiro de 2017 e marcou seu nome na história, como a primeira mulher a exercer o cargo máximo da política municipal. Ela venceu Railton Franklin, numa disputa acirrada, com apenas 126 votos de diferença.
Simone e o vice, Fabrício Lopes (MDB) iniciaram o mandato com a sombra de uma cassação, após condenação em 1ª Instância na justiça eleitoral. A chapa deles teria sido beneficiada por reportagens do jornal O Celeste, que atacaram Railton Franklin, principal opositor durante o processo eleitoral. Em 2018, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) os absolveu do processo. “Justiça foi feita, declarou a prefeita à época”.
Carlos Moreira é condenado a trabalhos comunitários
Enquanto viu a mulher ser eleita prefeita do município, o ex-prefeito Carlos Moreira tornou-se o primeiro político da história de João Monlevade a cumprir pena de prestação de serviços comunitários. Ele iniciou, em 2018, o cumprimento dos trabalhos, de 730 horas de trabalhos voluntários, no Projeto Vida Nova, serviço social que funciona na rua Violeta, no bairro São João, que atende crianças e adolescentes.
A condenação é fruto da contratação de uma banda com dinheiro público para baile de formatura do curso de Engenharia de Produção da primeira turma da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
Na ocasião, Moreira foi patrono da turma, tendo inclusive, um sobrinho colando grau na ocasião. A banda foi contratada com gasto total de R$21.055,00, sem licitação. Em sua defesa, Moreira alegou que a contratação representava interesse público, o que não foi aceito pela juíza.
Mauri Torres chega ao TCE e assume presidência
Após 26 anos como deputado estadual e depois de ocupar a presidência da Assembleia Legislativa de Minas, além do governo do estado interinamente, Mauri Torres chegou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) em 2011. O órgão, auxiliar o Poder Legislativo, elabora e vota pareceres sobre as contas do Executivo, que são submetidos ao julgamento do Legislativo.
Em 2019, Mauri assumiu a presidência do TCE. Em seu discurso de posse, Mauri Torres explicou que sua gestão será pautada em dois pilares: a efetividade do controle interno do jurisdicionado (órgãos e entidades fiscalizadas pelo Tribunal) e a eficácia no acompanhamento das receitas públicas. Para isso, ele defendeu um “Tribunal democrático, aberto e que seja uma extensão da gestão de seus jurisdicionados”.
Retorno do 7 de Setembro em Monlevade
Após anos sem o desfile de 7 de Setembro, João Monlevade resgatou a tradição cultural em 2017, já no primeiro ano da gestão da prefeita Simone Carvalho (PSDB) e agradou a população. As apresentações cívicas mobilizam milhares de pessoas que prestigiam as mais de 30 instituições participantes, entre fanfarras, escolas e entidades que desfilam pela avenida Getúlio Vargas. Monlevadenses de todas as idades não só aprovam, como também prestigiam a festa cívica. O desfile é muito aguardado pelas entidades e pela comunidade que lota a avenida Getúlio Vargas na data cívica.
Cassação e eleição extemporânea em Dionísio
As eleições de 2016 em Dionísio quase não tiveram efeito. O médico Farias Menezes de Oliveira (PSL) e o vice, Emídio Braga Bicalho (PP) foram os eleitos, mas enfrentaram problemas antes mesmo de tomar posse. Em setembro daquele ano, já com a campanha eleitoral correndo, o ex-prefeito Frederico Henriques (PSDB), aliado de Farias, entregou 600 lotes a famílias do distrito da Baixa Verde. O candidato derrotado, Weber Americano (PMDB), denunciou o caso à Justiça Eleitoral. Em 2018, o ex-prefeito da cidade, José Henriques faleceu após acidente de carro em Belo Horizonte.
Câmara volta a ter 15 vereadores
A partir das eleições de 2016, a Câmara Municipal de João Monlevade passou a ter 15 vereadores, em detrimento dos 11 parlamentares que integravam o Legislativo. A Mesa Diretora da Câmara Municipal levou em consideração uma Lei Federal que permitia o aumento do número de vereadores, de acordo com a população de cada município. Para que o aumento fosse efetivado, os vereadores votaram pela modificação na Lei Orgânica, aumentando mais quatro cadeiras.
Hospital Margarida inaugura CTI
Outro feito importante da década, ocorreu em 2011: o Hospital Margarida de João Monlevade ganhou o Centro de Terapia Intensiva (CTI), construído com recursos do Governo do Estado, por articulação do então deputado estadual Mauri Torres (PSDB).
A unidade intensiva foi inaugurada no dia 9 de setembro daquele ano e, desde então, tem sido fundamental para salvar vidas e promover a saúde da população. De acordo com o atual provedor do Hospital Margarida, José Roberto Fernandes, o CTI do Hospital presta um serviço de saúde com qualidade inquestionável à sociedade monlevadense e para toda a região. O provedor da entidade, que assumiu o Hospital em março de 2016 e segue à frente da instituição, destacou o trabalho de todos aqueles que o antecederam e todos os profissionais que deram sua valiosa contribuição para que se atingisse tal nível de excelência.
PA
Em 2015, o Hospital Margarida passou a abrigar o Pronto Atendimento (PA). Em entrevista ao A Notícia, o prefeito à época, Teófilo Torres (PSDB) afirmou que a mudança do PA para o Hospital gerou economia de R$400 mil mensais e que foi possível ampliar o repasse mensal da Casa de Saúde, para R$565 mil (R$6780 milhões por ano). Em 2019, a Prefeitura renovou convênio com o Hospital e o repasse anual para 2020 será de R$7,3 milhões.
Vices rompidos em João Monlevade
As administrações em João Monlevade mostraram distanciamento entre os prefeitos e os seus vices. Eleitos em 2012, Teófilo Torres (PSDB) e Railton Franklin pareciam sintonizados para a gestão municipal. No entanto, no meio do mandato, a união perdeu a força e Railton já se declarava “desprestigiado” pelo filho do ex-deputado Mauri Torres. O estranhamento logo levou o vice-prefeito a romper com os tucanos e moreiristas, encabeçando uma chapa com os petistas em 2016.
A prefeita seguinte, Simone Carvalho (PSDB), tendo como vice-prefeito o ex-vereador e ex-secretário de Obras Fabrício Lopes (MDB) também iniciaram o governo alinhados. Fabrício viria para agregar experiência política ao governo da primeira prefeita da cidade. No entanto, novamente, o vice stambém acabou jogado para escanteio, e, desde 2018, vem perdendo espaço no governo. Em 2019, ele viu seu assessor ser demitido por ordem de Simone. Tal como Railton, Fabrício também não escondeu a frustração com o governo, alegando falta de espaço e anunciou pré-candidatura a prefeito em 2020.
Eleição de dois deputados estaduais
João Monlevade e o Médio Piracicaba elegeram, em 2014, dois deputados estaduais. O ex-prefeito de São Gonçalo do Rio Abaixo, Raimundo Nonato Barcelos, o Nozinho (PDT), chegou pela primeira vez à Assembleia de Minas representando a região. Também naquele ano, o jovem Tito Torres (PSDB) também foi eleito deputado e substituiu o pai, Mauri Torres, no Legislativo Mineiro.
Apesar dos 40.648 votos, Nozinho não conseguiu ser reeleito em 2018. Mas Tito, além de conquistar o segundo mandato, ampliou a votação de forma considerável, sendo o deputado mais bem votado pelo PSDB no Estado, com 78.862.
Federal
A região continua sem um representante no Congresso Nacional. Há quase trinta anos, o Médio Piracicaba não elege um deputado federal. Em 2018, o ex-prefeito de São Domingos do Prata, Fernando Rolla (Avante) apesar de ter sido o mais votado na região, com cerca de 18 mil votos, não conseguiu se eleger.
Fechamento da Escola Estadual Santana
Um dos primeiros estabelecimentos de ensino de João Monlevade, a Escola Estadual Santana foi referência na educação e formou milhares de estudantes ao longo de décadas Sua história é paradoxa à situação atual.
O prédio, desenhado por Lúcio Costa, guardou a imagem de Nossa Senhora Santana e um histórico mosaico em sua fachada. No entanto, a escola não resistiu ao esvaziamento da região do Centro Industrial, nem ao surgimento de novas instituições em outros bairros da cidade, que a deixaram em segundo plano no cenário educacional monlevadense.
Em 2016, a comunidade foi informada de que aquele seria o último ano letivo do Santana e que a escola seria encerrada no mês de dezembro. Houve abaixo-assinado, protestos e pedidos pela manutenção das atividades, mas nada mudou a decisão do governo estadual. Desde 2017, o prédio está fechado e relegado ao vandalismo e ao abandono, não obstante às tentativas de reabri-lo, como escola, campus da Uemg ou museu, conforme ventilado.
Economia em montanha-russa
A economia em João Monlevade e no Médio Piracicaba passou por momentos de altos e baixos entre 2010 e 2019. Comércio, indústria e serviços viveram anos de instabilidade, sentido por empresários e assalariados, numa década em que o dinheiro começou farto e foi minguado.
Os anos 2010 começaram com a economia brasileira navegando em águas tranquilas. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 7,5% em 2010, e o brasileiro lotava as lojas de varejo comprando a crédito, em suaves prestações. Automóvel e televisor gigante eram sonhos de consumo divididos em intermináveis parcelas no cartão de crédito.
Na região, a duplicação da capacidade de produção da ArcelorMittal em João Monlevade era a grande promessa, enquanto São Gonçalo do Rio Abaixo, recebia generosos royalties da exploração do minério de ferro da mina de Brucutu. Nos anos seguintes, embora o PIB não crescesse na mesma velocidade, a bonança e o otimismo continuaram. A crise que assolava o mundo d passou quase despercebida por aqui.
Em 2013, no entanto, a economia dava sinais de cansaço, a confiança popular no governo federal despencou e o monstro da inflação ameaçava voltar. No ano seguinte, a crise já era inegável, e o país cresceu apenas 0,5%. Na região, a duplicação da usina acabou ficando apenas no papel e os investimentos foram cortados. Em 2015, a crise mostrou sua face mais cruel: inflação de 10,67%, recessão de 3,5%, desemprego de 13% da população em idade laboral.
Os consumidores sofriam para pagar as parcelas dos empréstimos e dos produtos comprados a crédito. A mineração sofreu um duro golpe no dia 5 de novembro daquele ano, quando a barragem do Fundão, em Mariana, se rompeu, matando 19 pessoas e deixando um rastro de destruição e incerteza.
O ano de 2016 começa com a troca abrupta de governo, com o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a nova gestão, encabeçada pelo peemedebista Michel Temer, prometia um choque de gestão para recuperar as finanças estatais e o crescimento econômico. Os passos foram indecisos e a retomada foi muito lenta, mesmo com a suada aprovação de medidas de contingenciamento. As denúncias de corrupção envolvendo o presidente, divulgadas em maio de 2017, fizeram a economia e o emprego estagnarem. Enquanto isso, milhares de brasileiros sem trabalho se desdobravam para pagar as contas ao fim do mês; multiplicaram-se as barbearias e bares, e o comércio informal aumentou com vendedores de diversos produtos.
Em João Monlevade, os últimos anos deram tom de otimismo na economia com a expansão do Hiper Comercial Monlevade, entregue em 2017, e a inauguração da segunda loja do Super Comercial Monlevade em 2019. Novos empreendimentos estão surgindo e o comércio continua referência regional. Antes da crise, em dezembro de 2014, a rede EPA já havia inaugurado uma unidade na cidade. Itabira, por sua vez, viu no último ano da década a chegada de lojas das redes Villefort e MartMinas. Inclusive, o MartMinas também iniciou a construção de uma unidade em João Monlevade, na avenida Alberto Lima. A rede SJ, de Barão de Cocais, é pioneira na venda de produtos supermercadistas pela internet, sem a necessidade de o cliente ir à loja.
Por outro lado, os municípios que vivem do minério de ferro ainda não retomaram o ritmo de anos atrás. Em 25 de janeiro de 2019, a barragem da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, se rompe, matando 259 pessoas e espalhando lama e pânico. O temor de um terceiro acidente cria um frisson pela segurança das estruturas em todo o estado, atingindo em cheio os municípios mineradores. Por isso, em 2019, por duas vezes as atividades do complexo de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo, são paralisadas devido às instabilidades na barragem de Laranjeiras. Rachaduras na barragem Sul Superior do Gongo Soco, em Barão de Cocais, forçam o deslocamento de centenas de famílias e a suspensão do tráfego na Estrada de Ferro Vitória a Minas. Em Itabira, a administração penal planeja um novo presídio, já que o atual fica no caminho da lama caso haja rompimento da barragem do Itabiruçu.
Números de destaque
R$80 milhões a mais
João Monlevade iniciou os anos 2010, com previsão de arrecadação da receita municipal em R$152.669.840,00. Dez anos depois, os recursos aumentaram R$80.330.160,00. A expectativa para 2020 é do município arrecadar R$233 milhões.
R$115,7 milhões e geração de 360 empregos na mina do Andrade
O Projeto Itabiritos, que amplia o beneficiamento do minério na Mina do Andrade, que abastece a ArcelorMittal Monlevade, ampliou a vida útil da mina de 40 para 56 anos. O investimento foi de R$115,7 milhões e tem a geração de 360 empregos diretos e indiretos com mão de obra das cidades de Bela Vista e João Monlevade.
Aumento de receita com impostos sobre mercadorias
A principal fonte de receita municipal, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) de João Monlevade aumentou muito nos últimos anos. Os recursos são um tributo que incide sobre a movimentação de mercadorias em geral, o que inclui produtos dos mais variados segmentos como eletrodomésticos, alimentos, cosméticos, e sobre serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, subiram de R$33.727.526,09 em 2006 para R$51.620.100.18 em 2018, representando um aumento considerável de 53% nos cofres públicos municipais.
Frota de veículos aumentou 61%
Em 2010, a frota de João Monlevade era de 28.023 veículos. Desses, 18.019 eram de automóveis e 4.317 de motos. Em dezembro de 2019, o número total de veículos chegou a 45.437, um aumento de 61,6%. João Monlevade possui 27.995 automóveis e 6.792 motocicletas.
Número de empresas aumenta
Em 2010, Monlevade tinha 2.628 empresas atuantes. Em 2014, esse número chegou a, 7.057. Dessas, 95,6% são microempresas e/ou empresas de pequeno porte, que totalizam 6.750 empresas. Os dados foram repassados pelo Diagnóstico do Comitê Permanente de Desenvolvimento Econômico e Social (CP10) da Associação COmercial Industrial e de Prestação de Serviços de João Monlevade (Acimon). A iniciativa reúne entidades e empresas em uma proposta de trazer soluções e apontar caminhos para o desenvolvimento social e econômico do município.
Polícia
Anos violentos, mas trabalho policial aumenta a tranquilidade
As polícias do Médio Piracicaba tiveram trabalho intenso nos anos 2010. Em João Monlevade, homicídios chocaram a comunidade. Em 3 de novembro de 2015, Inácio Alves Viana, proprietário da Ótica Pontual, foi assassinado a tiros por menores que queriam assaltar a sua loja, em Carneirinhos. Em 27 de setembro de 2019, o terceiro sargento Célio Ferreira de Souza foi morto a tiros por traficantes no bairro São João; ele foi vítima de uma emboscada que queria matar um policial militar. Esse foi o crime mais chocante do ano.
Em janeiro de 2012, o distrito de Conceição de Piracicaba, em Rio Piracicaba, foi palco de uma tragédia. O sitiante italiano Mário Contarino, 66, foi assaltado, espancado e assassinado por um bando encabeçado por um ex-funcionário. Para sobreviver, a mulher do italiano teve de fingir-se de morta. Quatro foram condenados pelo crime.
O trânsito também matou e feriu muito nesta década. Em abril de 2014, a estudante universitária Mariana Marques foi atropelada por uma motocicleta roubada, conduzida por um menor assaltante. Mariana foi levada para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, e seu tratamento levou meses. A BR-381 foi assassina: levou os empresários monlevadenses Hilário Moutinho, da Floricultura São José, em 2011, e Adailton Corrêa, do Karas & Korpus, em 2019.
A pedofilia e a violência contra a mulher também marcaram os anos 2010. Em 2016, uma jovem de 18 anos quebrou o silêncio e denunciou o padrasto que a estuprava desde os onze anos. Em Itabira, Antônio Carlos Gonçalves, inconformado com o fim do relacionamento foi até o local de trabalho da ex-mulher, Elisabeth Aparecida Gonçalves, despejou gasolina e ateou fogo: as chamas mataram Antônio, Elisabeth e o patrão da doméstica, Antônio Brito da Silva, de 78 anos.
“Crime da moda” no início dos anos 2010, a explosão de caixas eletrônicos também deu as caras em João Monlevade; em 2012, o terminal eletrônico do banco Santander em frente à ArcelorMittal foi dinamitado por ladrões. A impaciência somada à bebedeira também rendeu manchetes: em 2014, o público lotou uma casa de espetáculos da cidade à espera da banda Gasparzinho, sucesso do momento, mas o conjunto que se apresentou era outro. Foi o bastante para que uma turba ensandecida depredasse completamente o lugar.
No entanto, a luta das autoridades policiais contra a violência, que parecia inglória, começou a mostrar frutos. Enquanto registrou 14 homicídios em 2014, João Monlevade anotou nove homicídios em 2018 e cinco em 2019, uma redução de 50%. Itabira, que bateu 34 mortes violentas em 2014, viu os assassinatos caírem para 22 em 2019. Outros municípios da região também registram queda na violência, em paralelo ao aumento das apreensões de drogas e das prisões de suspeitos.
Trabalhadores mortos em Brumadinho e Mariana
O monlevadense Sileno Narkievicius, 46 anos, morreu após o rompimento de uma barragem da mineradora Samarco no dia 5 de novembro de 2015, em Mariana. A vítima era motorista da empresa Integral Engenharia e ficou desaparecida após o acidente, sendo localizada três dias depois. Sua identificação só foi possível graças a uma aliança de casamento e a uma tatuagem.
Quatro anos mais tarde, outros seis monlevadenses e seis pessoas da região, também perderam a vida em outra grande tragédia que abalou o mundo. O rompimento da barragem de Brumadinho ceifou a vida de: João Paulo Borges, Márcio Flávio Silveira, Vinícios Leite Ferreira, Denilson Rodrigues, Gisele Cunha, Cristiano Vinícius, Roliston Teds Ferreira, Ricardo Eduardo Silva, Zilber Lage, Reginaldo Silva, Erídio Dias, Izabela Barroso. Todos estavam trabalhando na área da Vale que foi subumbida pela lama.
Destaques no esporte
Monlevade foi destaque na área esportiva, principalmente, pelos talentos revelados
ou que conseguiram chegar a níveis mais altos, até então, não alcançados. Confira:
Vinícius Araújo
O atleta surgiu no campo do Real, conhecido à época, como “Romarinho”, pelo estilo matador e logo chamou atenção do Cruzeiro Esporte Clube. Ele integrou as equipes de base da Raposa em 2007. Em 2013, estreou na equipe profissional do clube com o pé direito. Ele atuou em 27 partidas e marcou 11 gols, sendo sete deles na campanha do tricampeonato brasileiro do Cruzeiro naquele ano. Em 2014, ele chegou à Seleção Brasileira Sub-20, onde foi artilheiro e campeão de diversos torneios. No mesmo ano, foi negociado com o Valência da Espanha, à época, por R$11 milhões. Ele, em seguida, foi emprestado ao Standard Liège, da Bélgica, onde atuou por um ano. Vinícius voltou ao Cruzeiro em 2015 e, em 2016, vestiu a camisa do Sport, de Recife. No início de 2017, o jovem atacante voltou para a Espanha, onde jogou no Real Zaragoza. Em 2018, ele fechou com o Vasco, mas uma lesão o tirou dos gramados. Recuperado em setembro de 2019, foi emprestado ao Avaí até o fim da temporada. Hoje, está negociando com equipes brasileiras e estrangeiras.
Juciely Barreto
Nascida no bairro Vila Tanque, Juciely sem dúvida é um dos maiores destaques do esporte de João Monlevade. Ela foi a primeira monlevadense a disputar uma Olimpíada pela seleção brasileira de vôlei feminino. Nos jogos do Brasil nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016, Juciely teve importante participação, com boas atuações e sendo destaque nos bloqueios e em ataques precisos em todas as partidas em que atuou. A atleta deixou seu nome na história do esporte monlevadense. Ela começou a jogar na quadra da Escola Estadual Geraldo Parreiras, no Vila Tanque e depois jogou no Real Esporte Clube, onde foi descoberta por um olheiro de Ipatinga. Hoje, a atleta é central da equipe Sesc, do Rio de Janeiro e já foi campeã em vários torneios pelo mundo, seja pelos clubes em que atuou ou pela seleção brasileira.
Edson Júnior
O piloto de automobilismo monlevadense, Edson Coelho Jr surgiu nas pistas nos anos 2010. Ele teve boas atuações em campeonatos diversos entre esses, o Campeonato Brasileiro de Turismo. Em 2016, terminou na terceira colocação, com 199 pontos, seis a menos que o campeão da temporada. Em 2017, ele deixou as pistas alegando falta de recursos financeiros. Depois de se afastar da categoria de Turismo, dedicando-se às corridas no kart, em maio de 2018, Edson Jr. foi convidado para integrar o time SG Racing. Hoje, não disputa mais competições.
Talles Medeiros
O monlevadense e professor universitário também despontou como atleta a partir de 2012. Ele é destaque em competições de Duathlon (provas que unem bicicleta e corrida) no Brasil e no exterior. Medeiros já competiu na Europa, junto a outros nomes da elite do esporte mundial. Por diversas vezes, ele ficou bem classificados em competições internacionais da modalidade esportiva. Em 2018, foi eleito entre os sete melhores do mundo nas competições de Duathlon e venceu inúmeras provas. (Fonte: A Notícia)