Premiações foram entregues no fim de outubro em Araxá
Comitiva formada por diretores da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de João Monlevade (Acimon), além de convidados, estiveram nos dias 25 e 26 de outubro em Araxá, no Triângulo Mineiro, para a solenidade de premiação da monlevadense Elizete Vidal como Empresária do Ano e Mulher Além das Gerais, homenagens da entidade local junto com a Associação Comercial de Minas Gerais e Federaminas.
O nome de Elizete não entrou numa cota de mulheres, mas em igualdade de condições com outros nomes. Ela é apenas a gestora e instrumento do empreendimento, ressaltando que o mérito é de toda sua equipe. Já Cássio Barros, presidente da Acimon, disse da alegria de liderar a oportunidade de a entidade eleger a primeira mulher Empresária do Ano da sua história.
Já a prefeita Simone Carvalho disse que “sua história pessoal e de trabalho social, somada ao exemplo de empreendedora que em menos de duas décadas se transformou numa das maiores empresárias do ramo de buffet do interior de Minas, dignifica nossa sociedade e é motivo de muito orgulho para o município de João Monlevade. Seus investimentos, sua capacidade de oferta de empregos e sua participação em trabalhos voluntários em favor das causas coletivas justificam as homenagens e são merecedores de nosso aplauso”.
No dia 6 de dezembro, em festa no salão do Real Esporte Clube, Elizete volta a ser homenageada como Destaque Acimon.
A história de Elizete e seu premiado Buffet Barenze
Elizete Vidal, a Empresária do Ano em João Monlevade, na realidade nasceu em Nova Era, para onde a mãe foi levada em 1970, época em que o berçário do Hospital Margarida esteve fechado em consequência de uma virose. Seu pai, Joaquim, veio de Dom Silvério e casou-se com Custódia que era de Brasilândia, quando ela tinha 17 anos e ele 38, uma diferença de 21 anos. Tiveram cinco filhos biológicos e um adotivo, todos ainda moram em Monlevade e são empreendedores.
O pai trabalhou muito, foi aposentado por invalidez (surdez) e fazia bicos de carpintaria. Estava trabalhando no telhado da lanchonete do Levi do Curral, que era muito seu amigo, quando escorregou e caiu, batendo a cabeça e sofrendo um traumatismo craniano. Faleceu aos 54 anos e deixou a viúva cuidando dos cinco filhos, o que a obrigou a trabalhar fazendo faxinas para completar a pensão.
Motivação para o trabalho
A motivação para o trabalho é a lembrança da mãe, a mulher mais batalhadora que conheceu e que faleceu há quatro anos, em 2015. “Sempre me orgulhei dela, que nos criou com muita dignidade, nos ensinando a importância e o valor do trabalho honesto”, relembra Elizete Vital. A empresária sempre morou em Monlevade, onde foi criada e educada, passando pelas escolas Papini, Centro Educacional (cursou o ensino médio) e Cônego Higino, onde fez o técnico.
O primeiro trabalho foi ajudar a mãe fazer faxinas em casas, mas o primeiro emprego com carteira assinada foi numa padaria perto de casa aos 14 anos de idade, em Carneirinhos. Para metade de seus clientes de hoje ela e a mãe trabalhavam com faxina na casa deles. A mãe, Dona Custódia, era uma das faxineiras mais famosas de Monlevade na época.
Balconista de lanchonete
Depois da padaria trabalhou em farmácia e, em seguida, foi para a Lanchonete do Marcelo, ao lado da antiga Abeb e do Hospital Margarida. Lá começou no balcão, balconista mesmo e já tinha 18 anos. A história como funcionária do Marcelo foi muito interessante porque ele permitiu a ela desenvolver outras atividades naquele período. Foi quando surgiu o interesse pela gastronomia e outras atividades que passou a exercer. Elizete foi chefe de escoteiros e tinha um projeto de ecoturismo. Através de seus contatos na Lanchonete do Marcelo conseguiu entrar com este projeto de ecoturismo na Usina, onde foi aprovado e trabalhou com ele lá durante uns 14 anos. Também fazia encomendas para as casas dos médicos e dos frequentadores da Lanchonete fora do horário de trabalho e, por isso, não se cansa de agradecer ao Marcelo a oportunidade de fazer os bicos por fora com salgados e doces, mesmo trabalhando lá. Começou fazendo tortas, depois doces, em seguida comprou uma máquina de algodão doce que levava para as ruas de lazer do Sesi. Aí o pessoal começou a chamá-la para animar as festas, ela se vestia de palhaço, levava a máquina de algodão, fazia bolo, doce, depois salgado e os serviços foram aumentando. Foi assim que começou tudo.
Primeiro contato com a culinária
Mas esse não foi o seu primeiro contato com a culinária. Como a mãe não gostava de cozinhar, aos 10 anos aprendeu sozinha a fazer bolos. Sempre foi autodidata, virou a boleira oficial da família e logo começou a fazer os bolos dos aniversários dos irmãos, sempre seguindo a sua intuição em busca dos pratos mais saborosos. Aos 16 anos, já recebia encomendas de bolos e doces para a vizinhança e amigos.
Na lanchonete do Marcelo fez de tudo um pouco. Foi atendente, auxiliar de cozinha, caixa. Mas queria mesmo, era viver para cozinhar. Nas folgas, passou a organizar recepções pequenas. Não tinha muita noção no início, mas sempre seguiu o coração para superar os desafios com coragem.
A primeira festa
Tudo mudou, no dia em que recebeu a encomenda de um bolo de aniversário para a esposa de um médico que sempre ia à lanchonete próxima ao hospital. Ele também pediu que fizesse o almoço da festa na fazenda dele para 100 convidados e o menu foi arroz, tutu, macarronada, frango e carneiro assado, bem típico para a ocasião. Pela primeira vez, cozinhou para muitas pessoas, mas foi um sucesso. A partir daí, após receber muitos elogios pela comida, percebeu que seu destino era mesmo o forno e o fogão.
Aquele foi o ponto de partida para muitos outros almoços. Porém, não possuía estrutura adequada para atender aos pedidos que começaram a chegar. Então, com uma pequena poupança, foi a São Paulo e adquiriu utensílios para cozinhar profissionalmente, primeiro passo para ampliar a clientela.
Não sentia que estava preparada para deixar a lanchonete e se dedicar somente à culinária. Então, trabalhou ainda por dois anos, conciliando as atividades, até que decidiu abrir o próprio negócio, no início do ano 2000.
Trabalho, inovação e liderança
Nasce o Buffet Barenze
Assim, nasceu o Buffet Barenze. Inicialmente, Elizete teve que lutar muito para tornar-se conhecida e ganhar seu espaço no mercado, que já tinha outras profissionais. Apostou no trabalho e, assim, os comentários positivos não demoraram a vir, confirmando que ela estava no caminho certo. Os irmãos e mãe também passaram a ajudar na realização dos eventos.
Foi um período trabalhoso, com muitas festas nos fins de semana e uma rotina cansativa. Outra dificuldade foi enfrentar o preconceito das pessoas, sobretudo por ter nascido em família pobre e ser mulher. Mas não desanimou e buscou seu espaço. Então, viu que precisava profissionalizar o serviço e procurou informações sobre gestão de negócios e estratégias de mercado. Sempre acreditou que daria certo, apesar das barreiras, como, por exemplo, lidar com algumas pessoas desonestas e fornecedores que tentavam levar vantagem por ela ser iniciante. Era preciso ousar, crescer e mostrar seu valor.
A primeira decoração
Confiando na intuição, numa recepção de casamento que foi contratada para cozinhar na casa da noiva, viu que faltava decoração e a festa estava sem “clima”. Teve, então, junto com a irmã Flávia Núbia, a iniciativa de usar alguns tecidos, que buscaram em casa, para montar um cortinado. Enfeitaram a mesa de bolo e fizeram arranjos de flores para as demais mesas. Com criatividade, surpreenderam os convidados e essa foi a inspiração para trabalhos futuros.
A partir daí, começou a locar objetos de decoração e mobiliário para oferecer um serviço diferenciado nos eventos. Foi o primeiro buffet da região a oferecer opções de ornamentação e estrutura completa para eventos.
Dois anos depois, foi incentivada por um amigo a fazer um empréstimo para adquirir os seus próprios equipamentos, utensílios e demais objetos para decorar as recepções. Foi uma virada de trajetória porque a clientela aumentou. Em apenas oito meses, o financiamento foi quitado, comprovando que o investimento em qualidade era uma das chaves para o sucesso.
Estudo e planejamento
Apesar de ter aprendido tudo o que sabe sozinha, Elizete procura sempre estar informada. Todos os domingos, assiste ao programa “Pequenas Empresas, Grandes Negócios” e participa de feiras setoriais em busca de inovações. De certa feita viu num programa, uma máquina que faz 5 mil salgados por hora. A aquisição modernizou a cozinha e facilitou o trabalho.
Para melhorar a logística, construiu um depósito para guardar os materiais e comprou os caminhões que utiliza no transporte das estruturas. Também decidiu cursar gastronomia, o que tem contribuído para diferenciar o menu do buffet.
A empresária do ano acredita que a propaganda é fundamental para os negócios. Os serviços são divulgados em um site que é mantido sempre atualizado. Também anuncia na mídia local e faz questão de atender pessoalmente a quem procura a empresa.
Os 15 anos do buffet, há quatro anos, foram comemorados com a inauguração da sede própria com instalações modernas, cozinha e lavanderia industriais. Outra proposta que vem sendo trabalhada é prestar assessoria em decoração e disponibilizar para locação, móveis, utensílios e tendas para eventos sociais e coorporativos.
“Também, futuramente, penso em treinar alguma funcionária que me substitua à frente do buffet”, conta ela lembrando que nos últimos 19 anos foram raros os fins de semana sem trabalho. Ela quer diminuir o ritmo para poder dar mais atenção à família e ao filho, além de também precisar de tempo para projetos voluntários que desenvolve na cidade.
Pelo sucesso do Buffet, Elizete vê como forma de agradecer a Deus, a realização de ações filantrópicas. Uma dessas é a festa de Natal, na qual prepara ceia para famílias carentes e presenteia 400 pessoas. “Muitos dos que me ajudam são meus próprios funcionários, que são incentivados a participar de projetos”, completa ela.
Entrevista: Elizete Vidal
“Buffet inesquecível não existe; a gente sempre pode melhorar”
Algum sonho não realizado?
Eu não tinha a ambição de ser o que sou hoje. Eu não tinha projeto de ser a empreendedora em que me transformei, o projeto foi de Deus. Eu sou muito grata e acho que a melhor forma que eu tenho para agradecer é, primeiro, ser boa com os meus, que são minha família e as pessoas que vivem e trabalham comigo.
Você desenvolve alguns trabalhos sociais?
Atuei quase 15 anos no Grupo de Escoteiros de João Monlevade e estou querendo voltar porque é um trabalho que sempre me deixou muito feliz. Nunca deixei de atuar em projetos sociais, mesmo na época em que trabalhava recebendo apenas o salário e fazia doação em brinquedos para outras crianças. Estes projetos voluntários vêm lá de trás, sempre fiz isto com as crianças e muitas delas que passaram por nossos projetos hoje são profissionais de sucesso atuando na cidade. Fiz e ainda faço hoje, graças a Deus, pois atingimos ainda mais pessoas diretamente. A gente fica muito feliz por ter tido a oportunidade de participar da coeducação deles. Esse trabalho me dá grande satisfação porque sair de onde eu saí, família muito pobre e minha mãe com muitas dificuldades para criar os filhos, todos nós temos motivos de sobra para ser muito gratos a Deus. E a melhor forma que a gente tem de agradecer é ajudar porque se Deus nos deu a oportunidade de ser o que somos apesar das poucas possibilidades de futuro, temos que retribuir isso.
Algum projeto social novo?
Eu tenho vários projetos sociais novos que quero e já estou botando em ação. Fiquei muito feliz quando me convidaram para ser conselheira no projeto Acimon Mulher, porque também aí vi a possibilidade de voltar a fazer mais por Monlevade. Estou muito feliz com esta oportunidade e abracei mesmo estes projetos sociais da Acimon. E ainda tenho os meus projetos com os quais continuo. Procuro ajudar as pessoas que me cercam no dia a dia e trabalham comigo, muitas delas há 19 anos. Então tenho que responder a esta fidelidade sendo mais próxima, mesmo porque a gente se considera uma grande família. E temos os projetos sociais extras que a gente faz e com os quais já pudemos colaborar e auxiliar praticamente todas as entidades do município, além das famílias que ajudamos diretamente.
Quando você trabalhava na lanchonete
já tinha vontade de montar um buffet?
Não, não tinha. A intenção era só essa mesma de fazer uns bolinhos, doces e salgados nas horas extras. Fiquei muitos anos fazendo as duas coisas: trabalhando na lanchonete e confeiteira em casa. Fui adiando meu desligamento mas quando percebi que o que eu fazia nas horas de folga dava mais que o meu salário, compreendi que não era mais necessário o emprego e saí. Minha intenção era ser mais uma boa cozinheira e viver disso. Peguei meu acerto, fui a São Paulo e comprei 300 pratos e 300 talheres, 300 taças e programei fazer comida diferenciada.
Como crescer sem dinheiro?
Não tinha fluxo de caixa, não tinha capital, não tinha nada. Mas isso não me desanimou e fui fazer parceria com terceiros porque não tinha material. Eu sublocava o material e montava minhas festas. Eu queria trabalhar tendo como conceito que o contratante não tinha que se preocupar com nada, que eu poderia oferecer tudo para a festa e isto acabou se tornando meu diferencial. Fui aos poucos montando minha estrutura até completá-la para oferecer a melhor recepção.
Qual maior dificuldade você enfrentou?
Foi o preconceito social devido minha origem simples. No começo ouvi concorrente dizer que “como pode uma balconista querer entender de buffet?”. Aquilo acabou me dando força porque sempre fui atrevida. Entendi que se falavam aquilo era porque eu já estava incomodando. Começamos no ano de 2000 e com três anos e meio de atuação já tínhamos a estrutura de equipamentos e serviços que temos hoje, em menor volume é claro. Hoje, todos que entram no mercado, já o fazem com essa nossa visão. O Barenze foi precursor nesse conceito.
Como surgiu o nome Barenze?
Exatamente do preconceito social. Porque as pessoas não davam credibilidade à Elizete que trabalhava numa lanchonete, mas davam credibilidade a uma empresa. E eu queria que minha empresa crescesse e não eu. Tinha um projeto pessoal de vida para mim e não queria ligar meu nome à pessoa jurídica, por isso também criei a empresa. O Barenze cresceu rápido e ganhou respeito e credibilidade em Monlevade e em vários outros municípios, mas o sucesso nunca me subiu à cabeça. Numa das festas contratadas uma senhora chegou perto de mim, perguntou se eu fazia a limpeza e avisou que um copo tinha quebrado e que era para eu limpar, o que fiz imediatamente sem chamar ninguém para fazê-lo no meu lugar.
Alguém já te chamou de Barenze?
Muita gente me chama de Barenze. E eu acho graça. Esse nome foi escolhido por mim e pela Flávia Núbia, minha irmã. Fomos pensando até chegar neste nome.
Quantas festas o Buffet Barenze já fez?
Nossa Essa é uma conta que tem que fazer. São, no mínimo, quatro festas por semana. Entrou o diferencial por ser Barenze. Se fosse Elizete não teríamos tantas festas, mas o Buffet Barenze é diferente. Elizete é uma só, mas Barenze é uma equipe de muitos bons profissionais. Consolidou seu nome. Só nesta semana são oito festas contratadas.
O que o Buffet Barenze movimenta por mês de pessoas trabalhando?
Temos hoje 28 funcionários diretos, diaristas durante a semana e contratamos para os fins de semana entre 200 e 230 pessoas. É uma estrutura muito grande. Aos três anos do Barenze consegui fazer um grande investimento na empresa graças a um amigo que acreditou no projeto. É o José Jorge, que me ajudou muito e devo muito a ele. Ele transportava material que eu alugava e um dia me perguntou porque eu não comprava para ter material próprio. Expliquei que demandava investimentos que eu não tinha. E gente que vem de família pobre tem muito medo de dívidas. Não gosto de dívidas. Posso dizer com muito orgulho que o Buffet Barenze não tem um real de dívidas, não tenho um financiamento. Tudo que está dentro de minha empresa já foi pago. E se a empresa tiver algum problema tenho um passivo que paga todos os funcionários e fecho tudo sem problemas.
Como você se vira com formação de mão de obra?
Monlevade é como o Brasil, carente de mão de obra especializada. A gente é que tem que investir. Eu invisto e treino meu pessoal. Nem em época de crise abro mão de meu pessoal e sua formação. Seguro eles porque são pessoas treinadas por mim. Eles conhecem toda a metodologia da empresa, todo o funcionamento dela. É mão de obra treinada, especializada, eu não tenho o que reclamar. Minha mão de obra é boa e eu a seguro dentro do que posso. Eu sei valorizar e segurar eles. Lógico que ainda tem uma meia dúzia que faz o rodízio, mas tem funcionário, tem garçom que está comigo há 15 anos. Segurar freelancer é difícil e eu tenho freelancer com 15 anos de serviços prestados. Nós temos várias políticas de fidelização, mas acima de tudo, eu tenho muito respeito às pessoas que trabalham comigo. Eu só sou o que sou hoje, graças a esta equipe que temos na retaguarda.
Existe festa inesquecível?
Não existe buffet inesquecível porque a gente sempre pode melhorar e o foco é este. Existem pessoas inesquecíveis, clientes inesquecíveis. Mas a festa sempre tem que melhorar e eu estou sempre muito atenta a isso. Sempre tem o que melhorar, sempre tem o que agradar mais ao cliente e deixá-lo ainda mais satisfeito. Eu não tenho esta tranquilidade de achar que está tudo muito bom. As pessoas que procuram o Buffet Barenze acreditam em nosso trabalho, mas temos que surpreender para melhor sempre. Graças a Deus somos referência hoje no mercado para quem já está nele e para quem está ingressando, não só em Monlevade e região como em boa parte de Minas.
“O que existem são pessoas e clientes inesquecíveis”
Qual a emoção de chegar aos 19 anos do Barenze escolhida como Empresária do Ano de João Monlevade pela Acimon e Federaminas?
Será que sou isso tudo, mesmo? (riso) Eu procuro ser muito original e autêntica e é isso que passa pela minha cabeça, mas é uma felicidade muito grande porque são muitas pessoas com excelência profissional que acabam não reconhecidas e outras que só são reconhecidas após a morte. Você ser reconhecida atuando na vida é muito bom. O fato de ser a primeira mulher a ter este reconhecimento vejo apenas como uma consequência. Meu nome não entrou numa cota por ser mulher, mas em igualdade de condições com outros nomes. Quando sugeriram meu nome foi de igual para igual com outros empresários respeitados de Monlevade, pessoas sérias e que também mereciam a homenagem. E isso me deixou muito orgulhosa, por saber que fui escolhida por ser empresária, independente de ser homem ou mulher. E como resultado do trabalho de quase duas décadas, por ser Elizete, pela profissional que sou, pela credibilidade que alcancei, pela postura profissional e pela equipe que tenho porque ninguém chega a lugar algum sozinho. E cabe aqui um agradecimento à minha família, meu irmão Roberto e minha irmã Flávia (ela é de uma capacidade impressionante, a admiro muito), e todos os demais e também às pessoas que Deus foi colocando em meu caminho. São cozinheiras, confeiteiras, coordenadores, secretárias, garçons e tantas outras pelas quais tenho enorme respeito, muito carinho e sou muito grata, além de meu filho que é tudo pra mim. É um presente de Deus. João Henrique tem 13 anos e gostaria de ter tido mais filhos. Penso em adotar.
Ser mãe e empresária destaque. Tem como ser presente na vida do filho?
Sou 100% presente, quando pode ele vai comigo trabalhar, me apoia e ajuda muito. João tem uma mini fabriqueta caseira de massas de macarrão. Desde os dez anos de idade ele fabrica suas massas e vende. Levo ele em alguns eventos, me ajuda e vai aprendendo o que é empreender e conhecer o beabá da empresa. Ele faz de tudo e até varre chão se for preciso. Durante a semana me dedico muito, sou muito presente, acompanho os trabalhos de aula, almoçamos sempre juntos.
O que João Monlevade representa em sua vida?
João Monlevade representa tudo para mim. É a cidade onde fui criada e onde escolhi para viver e ser o que eu sou. Eu amo Monlevade de verdade. Por isso que eu trabalho por Monlevade, trago retorno para Monlevade e sempre falo bem de Monlevade. Eu acredito na cidade. Hoje eu já vejo Monlevade melhor do que anos atrás, tem uma melhor estrutura de ensino, inclusive com oferta de vários cursos superiores. É uma cidade de muitos jovens e que precisa de mais entretenimento e lazer.
Qual sua mensagem final?
Só tenho realmente que agradecer. Falar sobre isso me emociona muito e eu fico me perguntando se mereço tudo isso, mesmo com as pessoas repetindo que se recebi é porque mereço e fiz por isso. Acredito que sou digna sim dessa lembrança, me orgulho de ser a primeira mulher na história do município a receber esta homenagem e acredito que muitas outras que tanto trabalham e merecem ainda serão homenageadas. Agradeço a todos os empresários que votaram em mim e a Monlevade pela distinção sempre dada ao Buffet Barenze. Eu sou apenas a gestora disso tudo, um instrumento disso tudo e o mérito é de toda nossa equipe. (Fonte: A Notícia)