Interditada desde 11 de janeiro pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a cervejaria Backer, localizada no bairro Olhos d’Água, na região do Barreiro, teve a fábrica parcialmente liberada.
Embora ainda não tenha autorização para voltar a produzir cerveja, a marca vai utilizar o conteúdo dos tanques na fabricação de álcool 70% para doação para a rede pública de saúde.
Por meio de nota, o Mapa ressaltou que a cervejaria segue interditada até que seja possível afirmar que não há riscos para a produção de novas cervejas no parque industrial. A empresa foi alvo de inquérito da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais depois que 42 pessoas se intoxicaram e nove morreram ao ingerir a cerveja Belo Horizontina contaminada pela substância dietilenoglicol.
Conforme o Ministério, após inspeção de auditores fiscais federais agropecuários, a fábrica foi autorizada a remover os 472 mil litros de cerveja acumulados desde que teve as operações suspensas.
“Os lacres dos tanques foram retirados e os produtos em que não foram detectados contaminantes tiveram liberação, a pedido da empresa, que irá destilar a cerveja para a obtenção de álcool. Já os produtos contaminados serão descartados por uma empresa especializada contratada para fazer a coleta e destinação desses resíduos. A apuração administrativa desta contaminação segue em curso, apesar das dificuldades impostas pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), disse o órgão, por meio de nota. Procurada, a Backer comentou, também por nota, que aguarda a conclusão das investigações, mas avalia que “a liberação da maior parte da fábrica é um sinal importante, pois mostra que o problema ocorrido foi isolado e que não houve contaminação da linha de produção”.
A empresa garantiu que toda a fábrica será esterilizada, testada e certificada pelo Ministério da Agricultura antes de voltar a produzir, inclusive com adoção de métodos que hoje não fazem parte dos requisitos de segurança do setor. “A perspectiva de retomada é importante principalmente para devolver a tranquilidade aos profissionais que dependem do trabalho na cervejaria”, completou.
Enquanto isso, os 472 mil litros de cerveja que ficaram retidos nos tanques preventivamente serão destinados para a produção de aproximadamente 28,3 mil litros de álcool 70%, que será doado para o combate à epidemia do coronavírus.
Os tanques liberados apresentaram resultado negativo para presença de monoetilenoglicol e dietilenoglicol e, segundo a cervejaria, estarão liberados para voltar a produzir após a certificação.
Conforme a empresa, apenas um dos 70 tanques continua objeto de investigação. Outros três seguem lacrados por abrigarem o líquido que estava armazenado no tanque ainda sob análise. A liberação da fábrica foi uma demanda da Backer às autoridades, após nas investigações da Polícia Civil concluírem que não houve contaminação na água.
“É preciso cautela, pois o inquérito ainda deve ser concluído, mas é uma sinalização importante de que foi algo pontual, isolado, que não há contaminação na fábrica. Toda a linha de produção passará por testes e certificações do Ministério da Agricultura para que a Backer possa voltar a produzir com segurança e qualidade”, comentou o advogado da cervejaria, Estevão Nejn.
Fonte: AC MInas