Pesquisa realizada pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais (Federaminas) revela que apenas 6,4% das micro e pequenas empresas do Estado tiveram acesso ao crédito, que é uma alternativa essencial para superarem a crise econômica agravada pela pandemia do novo coronavírus. “Esse dado mostra a triste realidade do setor: os incentivos governamentais não estão chegando a quem mais precisa”, comenta o presidente da Federaminas, Valmir Rodrigues.

Na avaliação de Rodrigues, a crise econômica anterior, de 2015 a 2018, afetou o setor profundamente. “Com as fortes chuvas no fim de 2019 e a pandemia em 2020, não houve prazo para as empresas se recuperarem. O fechamento compulsório do comércio comprometeu ainda mais a sobrevivência desses empreendimentos, como mostrou a nossa primeira pesquisa. E, de acordo com a nossa segunda pesquisa, as inúmeras dificuldades de acesso ao crédito têm inviabilizado qualquer chance de recuperação para a maioria dos micro e pequenos empreendedores mineiros”.

A pesquisa de avaliação do acesso das empresas aos benefícios governamentais para sobrevivência e manutenção das atividades, realizada entre os dias 25 e 28 de abril, mostrou, ainda, que 47% das empresas não obtiveram êxito por excesso de burocracia e desinformação dos bancos e 31,4% não conseguiram tomar o crédito por considerarem os juros altos demais.

Outro fato que a pesquisa também retrata: de cada 100 empresas, 39 sequer tentaram buscar algum tipo de incentivo financeiro do governo. Se somarmos o medo de não ser bem-sucedido, a desinformação e o desconhecimento sobre as alternativas disponíveis hoje e o preconceito de acreditar que o processo seria muito burocrático teremos, então, um total de 40,1%. “Isso significa dizer que, quase a metade dos que não tentaram, não o fizeram por causa de situações ligadas à transparência, comunicação e informação, uma realidade que precisa ser modificada com urgência”, constata Valmir Rodrigues.

Segundo a pesquisa, das empresas que tentaram e não conseguiram, 54% disseram não ter conseguido por restrição no cadastro e 17% por falta de garantias, dados esses que também podem ser entendidos como uma situação de cadastro. “Esses dados da pesquisa revelam o quanto o cadastro restringe o crédito para os então 71,5% dos que tentaram buscar dinheiro no mercado”, explica o presidente da Federaminas.

A pesquisa foi realizada em parceria com a empresa MF Gestão, Desenvolvimento & Empreendedorismo e é uma das ações da Federaminas para enfrentar a crise causada pelo coronavírus. “Contamos com a parceria efetiva das Associações Comerciais, que distribuíram a pesquisa elaborada por nós a municípios de todas as regiões do Estado”, disse Rodrigues. O cálculo amostral contou com 911 questionários respondidos, um tipo de amostra aleatória simples, com margem de erro de 3% e nível de confiança de 95%.

Federaminas busca soluções para os problemas apontados pela pesquisa

“O fato é que, precisaremos reerguer, o quanto antes, a economia de nosso Estado, e é essa agilidade que aumentará as nossas chances de sucesso nessa empreitada.
O mesmo nós sabemos que se dará com o coronavírus. Quanto mais 
cedo identificada a doença, maiores são as chances deencontrarmos a cura.
E, neste momento, as nossas empresas seguem a passos largos rumo à UTI e muitas já estão, inclusive, com seus óbitos sendo declarados.
É preciso agir rápido, em equipe e de forma estratégica”

(Valmir Rodrigues, presidente da Federaminas).

Diante dos resultados desta segunda pesquisa, a Federaminas recorre, mais uma vez, aos governos estadual e federal, além dos bancos e instituições, para buscar as melhores alternativas com o objetivo de facilitar ao máximo o acesso das micro e pequenas empresas ao crédito. Por isso, os resultados da pesquisa foram imediatamente compartilhados com os gestores do Estado e da União por meio de ofícios com informações sobre a pesquisa e cobranças de ações estratégicas a fim de minimizar os problemas enfrentados pelo setor.

A pesquisa tem o objetivo de municiar os governos com informações atualizadas sobre a real situação financeira das empresas mineiras a fim de auxiliá-los na tomada de decisões efetivas para a retomada do crescimento econômico de Minas.

“A Federaminas está à disposição para buscar, em parceria com os gestores, as melhores soluções para o enfrentamento da crise atual, assim como estratégias para projetar os negócios após essa lamentável crise”, explica Rodrigues.

Foram enviados ofícios para o presidente da República; o ministro da Economia; os presidentes da Câmara e do Senado; os presidentes do Sebrae Nacional e de Minas, do BNDS e do BDMG; o governador de Minas; os secretários de Estado da Fazenda e de Desenvolvimento Econômico; o presidente da Assembleia de Minas Gerais; os três senadores mineiros; e os deputados estaduais e federais.

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